sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Manifestação facífica do Movimento R.U para todos é destaque na mídia

Muitos ainda acreditam que a luta não é válida.E que o acontecem são baderneiros que acabam bagunçando/quebrando tudo nas vezes que é realizado alguém ato em prol da sociedade ou mesmo no universo universitário. A discussão é bem maior do que suponhamos/imaginamos.

Entretanto, gostaríamos de destacar que o movimento Estudantil ele é forte e organizado,sim! Prova disso foi o ato realizado na tarde do último dia 27 (quarta) de outubro na Universidade Federal de Alagoas no Restaurante Universitário (R.U.).

Entenda o Ato e a Ocupação do R.U. na Matéria anterior.

Segue abaixo o destaque dos Sites: CadaMinuto, Gazetaweb, Alagoas 24 horas, Tudo na hora dentre outros. O destaque foi justamente o Ato já mencionado na tarde do dia 27/10.

Estudantes ocupam restaurante universitário e servem comida grátis

18h55, 27 de Outubro de 2010
Danielle Silva
Alagoas24Horas
Campus da Ufal Maceió
Campus da Ufal Maceió
Estudantes da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) que integram o comitê “RU para Todos” ocuparam na tarde desta quarta-feira, 27, o Restaurante Universitário, localizado no Campus A.C Simões para realizar um ato em defesa da recuperação do RU e sua ampliação para atender aos estudantes em sua totalidade.
O grupo ocupou a cozinha do restaurante, produziu a comida e desde as 17h30, quando o RU foi aberto, distribuem a comida de forma gratuita aos universitários. “Queremos com isso chamar atenção para a necessidade de a Universidade disponibilizar acesso a todos os estudantes e não apenas a um grupo selecionado, tanto em Maceió quanto nos demais campi”, defende o estudante de História, Jônatas Absalão, que integra o comitê.
Nesta tarde os integrantes do comitê ingressaram com uma petição no Ministério Público Federal (MPF) para garantir que a Justiça Federal determine o cumprimento da ação que obriga a Ufal a reformar o restaurante e ampliar o atendimento no horário do almoço a todos os universitários. Os estudantes conseguiram o apoio de 14 Centros Acadêmicos e mais de três mil assinaturas.
O processo que garante ampliação do RU foi aberto em novembro de 2005, mas a Ufal não cumpriu o acordo. Os estudantes voltaram a cobrar da Justiça um posicionamento em 2007 e a Universidade se comprometeu novamente a elaborar e executar o projeto “RU para Todos”, no entanto, já se passaram cinco anos e as reivindicações não foram alcançadas.
Jônatas Absalão explica que em 2007 a Ufal possuía aproximadamente doze mil estudantes e pouco mais de mil vagas para utilizar o restaurante. Hoje, com aproximadamente 17 mil estudantes, somente em Maceió, a quantidade de vagas é a mesma. “A situação fica ainda mais crítica no interior, onde os estudantes sofrem sem estrutura de campus, sem RU, e sem alojamento. E o acordo firmado em 2007 é claro quando garante a todos os estudantes da Ufal acesso ao RU”, ressalta.
Segundo o estudante de história, a Ufal é uma da poucas no país que não oferece o benefício aos estudantes. “Nas Universidades Federais do Ceará, Sergipe, Pará, Maranhão, Brasília e Rio de Janeiro, entre outras, o acesso ao restaurante é ilimitado e os preços variam entre R$ 1,00 e R$ 1,50. Nós também temos direito garantido pela Justiça Federal”, finalizou.
A Justiça concedeu 15 dias a contar do dia 3 de novembro para que a Ufal apresente uma solução para a questão. Caso a Ufal não se pronuncie poderá ser submetida a pagamento de multa.
http://www.alagoas24horas.com.br/conteudo/?vCod=94546
Cada Minuto
Estudantes protestam e ocupam Restaurante Universitário
por Emanuelle Oliveira
No início da noite desta quarta-feira (27) vários estudantes, com o apoio de 15 Centros Acadêmicos (CA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) ocuparam o Resturante Universitário (RU), em protesto ao número de vagas, que seria insuficiente para atender à demanda.
Os estudantes fizeram distribuição gratuita da comida que seria servida no local e reivindicam que o acordo entre a Ufal e o Ministério Público, feito em 2005, para a ampliação das vagas, seja cumprido. Hoje o processo foi reaberto, no intuito de que a discussão sobre a transformação do RU em um restaurante popular seja retomada.
Wilbson Ribeiro, que é representante do CA de história, explicou que o acordo previa o aumento no número de almoços e jantares, servidos a preços populares, afirmando que a mobilização aconteceu para que os estudantes tomem conhecimento do andamento da ação.
"O DCE também participa dessa mobilização, pois só são 1000 comensais, mas a Ufal foi ampliada. Muita gente precisa comer aqui e não pode pagar muito, só que existe uma restrição. Também queremos que os técnicos e a comunidade circunvizinha tenha acesso. A reitora prometeu e nunca cumpriu", lamentou.

Nota do Movimento R.U para todos UFAL sobre a Ocupação do R.U/UFAL

Os estudantes da Universidade Federal de Alagoas puderam jantar de graça no dia 27 de outubro de 2010 durante uma ocupação realizada pelo “COMITÊ RU PARA TODOS”. Estudantes de 15 centros acadêmicos e 2 coletivos de oposição estudantil participaram da mobilização que tinha como pauta principal a reivindicação de um acordo não cumprido pela reitoria que garantia a construção de um restaurante universitário para todos a preço de custo.

Tal acordo foi feito há 5 anos junto ao ministério público, primeiro após uma ocupação em 2005 e depois em 2007, quando os estudantes voltaram a ocupar a reitoria pelo não cumprimento do referido acordo, dentre outras pautas. A pauta do restaurante universitário incluía o aumento para 1000 comensais (número de pessoas que tem acesso ao almoço no restaurante) e a construção IMEDIATA de um restaurante para todos. Apesar dos estudantes saírem vitoriosos,a reitoria cumpriu apenas a primeira parte do que foi acordado numa atitude de desrespeito aos estudantes!

Nesse final de outubro que entrará para a história do movimento estudantil na UFAL, os estudantes se dividiram em comissões garantindo o funcionamento do restaurante. Contudo, não foi cobrado nada pela comida que normalmente é vendida e distribuída pelo controle de fichas. Nesse dia especial os estudantes comeram de graça agitando a bandeira por um “RU PARA TODOS” que comporte a demanda de uma comunidade acadêmica com mais de 20 mil pessoas garantindo também que seu acesso condiga com as condições socioeconômicas do estado de Alagoas, 2° estado mais pobre do país. E a pauta não pára por aí, a interiorização da universidade também precisa acontecer garantindo a permanência digna dos estudantes dos campi do interior, o que não ocorre hoje. Por restaurantes universitários nos campi do interior!

Ao longo desse ano a reitoria apresentou um projeto de licitação de um restaurante universitário que comportaria o limite de apenas 2 mil vagas, ou seja, não é aberto para todos, não sendo o que foi acordado com os estudantes em 2005 e 2007. Portanto, faz-se necessário esclarecer que a reitoria não está cumprindo a parte dela no acordo e que esse projeto nem consegue tapar o sol com a peneira, passando longe de vir a solucionar o real problema referente ao RU da UFAL!

Estamos diante de uma contraditória reforma universitária, que incha as universidades não garantindo que sua estrutura suporte a demanda, ou seja, que garanta a qualidade da educação em sua totalidade (pesquisa, ensino e extensão). O que está acontecendo diante dos nossos olhos é, na verdade, um projeto de sucateamento do ensino público para justificar o privado. Hoje sabemos que vários serviços e pesquisas da universidade já são garantidos por uma nefasta relação com o setor privado cada vez mais consolidados em projetos como as PPPs e mais recentemente a lei de autonomia universitária, onde a autonomia só fica garantida no nome!

Quando nossa excelentíssima reitora é indagada sobre os acordos e cobranças dos estudantes ela dá uma declaração que só comprova tal situação dizendo que A Ufal não funciona como as instituições privadas, onde se consegue dinheiro de toda parte, mas dependemos de verbas públicas, por isso as licitações demoram tanto.”. Está cada vez mais claro que debates que envolvam pautas imediatas como a ampliação do restaurante universitário não podem ser abordadas desatrelados da reforma universitária e do governo federal, já que são subjugadas a conjuntura de sucateamento do público que assola o país!

Outro ponto importante a ser destacado é a repressão a prazo que os estudantes sofreram pela mobilização pacífica que realizaram. No dia seguinte da ocupação a administração o RU não serviu almoço aos estudantes deixando um bilhete na porta dizendo que o restaurante não abriria por conta da ocupação do dia anterior. A administração disse que precisava higienizar o restaurante. Contudo, um café da manhã foi realizado em comemoração ao dia dos servidores públicos. Só após essa cerimônia p o restaurante foi fechado, sob alegação de “más condições de higiene”. Isso é uma mentira! A reitoria deixou hoje os estudantes absurdamente sem alimentação, com a intenção de pôr os estudantes uns contra os outros no intuito de desqualificar a ocupação!

Foi dito que os funcionários não trabalhariam hoje por não estarem em condições física e psicológicas devido a ocupação! Precisamos destacar que não agredimos nenhum dos funcionários, que são grandes vítimas da precariedade das condições de trabalhos do restaurante– percebemos na pele o que é trabalhar num espaço precário como o RU da UFAL- e nossa reivindicação é também por melhores condições de trabalho para eles! Após a ocupação, limpamos tudo e deixamos a cozinha do restaurante em condições impecáveis de higiene, entregando o restaurante às 21:00. A ocupação foi válida e coerente e a reitoria tenta enganar a nós estudantes com mentiras!

É com muita disposição para luta que viemos por meio desse texto publicizar o que anda ocorrendo na UFAL e pedir o apoio nacionalmente das entidades estudantil, vamos mostrar que essa luta necessária é possível e não pára por aqui! Sabemos que outras universidades estão pautando problemas com os seus restaurantes universitários, isso mostra o quanto o quadro nacional de lutas estudantis pode vir a mudar, basta percebemos que a distancia que nos separa não muda os projetos nacionais que nos assolam!!!

VAMOS LÁ MOVIMENTO ESTUDANTIL COMBATIVO, VAMOS MOSTRAR QUE OS ESTUDANTES PELO BRASIL CLAMAM POR UMA ASSISTENCIA ESTUDANTIL DIGNA, QUE INCLUIA RESTAURANTES UNIVERSITÁRIOS QUE SUPRAM AS DEMANDAS DAS UNIVERSIDADES!

Não aceitemos que nos privem de mais um direito básico estudantil! Vamos abrir a boca para garantir nossos direitos para continuarmos nossa luta pela manutenção de uma universidade pública de qualidade com a boca e barriga cheia!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Porque boicotar o ENADE?

10 Motivos para Boicotar o ENADE
  O ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos 
Estudantes) faz parte do SINAES - Sistema 
Nacional de Avaliação das Instituições de 
Ensino Superior, proposta pelo Governo Federal,
que substitui o modelo de avaliação adotado 
pelo antigo Governo. A estrutura do ENADE 
contém componentes absurdos abaixo listados, o
que justifica a proposta de biocote por 
algumas entidades. 

 1. Ranqueamento - O ENADE, a exemplo do Exame
Nacional de Cursos Provão), realiza o 
categorização das universidades em 5 níveis.
Sendo assim, os resultados do ENADE seriam 
utilizados como propaganda para o mercado,
enfatizando uma visão mais produtivista do
ensino em detrimento do seu papel social 
(identidade social da Universidade). 
2. Obrigatoriedade - Torna-se um componente 
curricular obrigatório do estudante a 
realização do exame. Dessa maneira, todos os 
estudantes convocados devem estar presentes no
local da prova,caso contrário, constará no seu
histórico acadêmico a sua irregularidade. 
3. Fornecimento de Bolsas - Os estudantes de
melhor desempenho no ENADE receberão 
incentivos do MEC (ex: bolsas de estudos). 
Além de avaliar individualmente cada estudante,
gera uma competitividade entre estes. 
4. Desrespeita as diversidades regionais -
A prova a ser realizada é única, sendo assim,
o estudante da Bahia realizará a mesma prova
que o do Paraná, desconsiderando as 
particularidades sociais, políticas, 
econômicas e culturais entre esses estados.
5. Avaliação restrita - A avaliação dos 
estudantes é feita em apenas 1 (um) dia de 
prova, não levando em conta a vida acadêmica
do estudante e o processo em que este está 
inserido na Universidade. 
6. Punitivo X Propositivo - Ao ser punitivo,
o ENADE não fornece uma análise crítica e
propositiva para intervenções visando sanar
problemas. 
7. Financiamento - A avaliação prioriza a 
regulação e o controle do ensino superior,
e não o seu financiamento. Dessa maneira,
o ENADE não garante a melhoria das 
condições do ensino público e 
consequentemente, não visa uma política
maior de universidade pública.  
8. Imposição - O ENADE foi imposto através de 
Medida Provisória pelo Governo Federal, não 
havendo, portanto, participação da sociedade
no processo de construção do sistema de
avaliação.
9. Desrespeita a complexidade do sistema de
ensino superior do Brasil - O sistema de
ensino superior do Brasil deve ser entendido
através das sua diversidade de instituições
(Universidades, Centros Universitários, 
Faculdades Isoladas, etc.), cada um com suas
particularidades, devendo o MEC legitimar 
essa diversidade e avaliar de acordo com as
especificidades.  
10. Centralização do sistema de avaliação - A 
Comissão responsável pela coordenação e 
planejamento do exame (CONAES) é composta
majoritariamente por representantes do MEC,
ou pessoas indicadas por este, havendo apenas 
1 (uma) representação discente, 1(uma)
representação docente e 1 (uma) representação
técnico-adminstrativa.Dessa maneira, o 
processo de avaliação é centralizador, havendo
ausência de critérios para a sua composição
que indiquem a participação das Instituições
de Ensino Superior e da sociedade civil. 

Boicotar o ENADE não significa faltar a prova:
Infelizmente, a presença no dia da prova é
obrigatória, sendo assim, o boicote se
constitui em assinar e deixar a prova em 
branco, colando ou não o adesivo.

Escola de Serviço Social da UFRJ é INVADIDA por Policiais!

Veja a nota de repúdio contra esse ato.

Veja as fotos clicando aqui
Veja o vídeo Clicando aqui


Moção de Repúdio

A Congregação da Escola de Serviço Social da UFRJ, instância máxima de deliberação da Unidade vem a público manifestar seu mais profundo repúdio à inaceitável invasão da Policia Civil ocorrida no último dia 13 de Setembro nas dependências da ESS.

Nesse dia a ESS foi invadida por cerca de seis policiais civis armados em três viaturas, acompanhados da Delegada Chefe da 155º. DP sob a alegação de crime contra os direitos autorais. A batida policial fora motivada por uma denúncia do chamado Disque-denúncia e não havia nenhum procedimento que justificasse tal investida: não havia intimação em nome de qualquer pessoa e nem tampouco se tratava de mandado policial. Entretanto, a Delegada se reportou à Direção da ESS ameaçando arrombar a porta da Xerox e prender o operador das maquinas fotocopiadoras. Ademais, insultaram e provocaram funcionários da ESS, alunos e professores. Não fosse a atuação da Direção e dos docentes presentes o desfecho poderia ser pior, uma vez que conseguimos com muito custo convencer a Delegada da gravidade e das consequencias que decorreriam da prisão do operador da Xerox, trabalhador de mais de uma década na ESS, muito querido por todos e recentemente homenageado pelos estudantes numa cerimônia de formatura. Se tal prisão foi evitada, não conseguimos evitar outro fato grave: a apreensão de TODO o material (pastas, textos, documentos, livros) dos docentes organizados na sala da Xerox. O resultado foi o seguinte: a ESS foi invadida por policiais que não portavam, além das armas e da truculência, nenhum procedimento formal que caracteriza-se busca e apreensão, configurando-se numa operação completamente irregular; os docentes, discentes e funcionários foram ameaçados por diversas vezes; todo o material didático foi apreendido; e o trabalhador da Xerox foi levado para delegacia, interrogado e indiciado.

De uma só vez foram violadas duas clausulas pétreas consagradas na Constituição Federal brasileira:

a Autonomia Universitária, garantida no artigo XXXX que assegura .................................;e ao direito à educação, ao conhecimento e à cultura.

Em nome de uma lei que supostamente defende os direitos autorais interdita-se o essencial: o amplo acesso ao conhecimento e o próprio direito à educação como bem público e inalienável, dever do Estado.

É público e notório o fato de que o acesso ao ensino superior não é universal e alcança uma parcela ínfima da juventude brasileira que potencialmente deveria ter seu ingresso assegurado nas instituições públicas do sistema federal de ensino superior. Apenas cerca de 4% consegue ultrapassar o filtro dos processos seletivos, comumente denominados de vestibular, do sistema federal de ensino superior. No entanto, mesmo entre aqueles que passam pelo funil meritocrático do vestibular, uma parcela significativa dos estudantes, evidentemente que aqueles oriundos das camadas mais populares da população trabalhadora, vivencia enormes dificuldades de custear sua própria permanência na universidade, o que envolve alimentação, transporte, moradia e material didático.

No âmbito da universidade brasileira, e isso envolve tanto as instituições públicas quanto as privadas, é comum e corriqueiro a utilização de maquinas copiadoras para garantir o acesso dos estudantes e professores à leitura. Sem entrar no mérito da lei, que aliás é evasiva quando diz que apenas “pequenos trechos” podem ser reproduzidos (o que no mínimo levanta a indagação do que se pode ser considerado por “pequenos trechos”). Praticamente todas as instituições de ensino superior conseguem garantir sua atividade fim – o ensino – por meio da disponibilização de materiais didáticos a permissionários que utilizam-se do espaço da universidade para reproduzirem justamente os textos providenciados pelos docentes. Mais ainda: praticamente todas as unidades acadêmicas das instituições de ensino superior estabelecem esse procedimento como forma de viabilizar o essencial: o acesso à leitura de estudantes e professores, o que torna a prática um costume que atende a interesses coletivos que conflitam com a referida lei dos direitos autorais.

A bem dizer, a defesa dos direitos autorais é de interesse de todos nós, uma vez que somos – como integrantes da universidade pública brasileira – aqueles que mais produzimos ciência, pesquisa e conhecimento no Brasil, compondo um percentual que gira em torno de 90% de toda a produção nacional. No entanto, quem está a frente da defesa legalista dos direitos autorais não são efetivamente os produtores do conhecimento que, vale lembrar, percebem ganhos que oscilam entre 5 e 7% sobre os valores comerciais das obras estabelecidos pelas grandes editoras. E são elas que estão efetivamente atuam, com o braço das polícias, na defesa da lei. Em suma, a lei defende, prioritariamente os interesses das maiores editoras do país e, em face dos interesses coletivos maiores do acesso à cultura e ao conhecimento, demonstra seu caráter ilegítimo. Ou seja, é legal, mas não é legitimo. Conflita-se, nesse caso, o direito estabelecido e o que é justo. E, diante de tal contradição, que se defenda a justiça.

É importante lembrar ainda que as próprias grandes editoras querem elas mesmas monopolizar, para comercializar, as reproduções fotocopiadas. Criaram para isso uma sistema eletrônico que faculta aos proprietários de maquinas copiadoras o cadastro de textos que, sob autorização das mesmas e mediante pagamento, permite a reprodução.

Entendemos que a Universidade é o lugar do exercício pleno do pensamento. Por isso, deve ser o espaço no qual circulam idéias que quando são publicadas devem ser o mais amplamente acessadas, ou seja, democratizadas. Desse modo, a Universidade deve em primeiro lugar assegurar esse acesso a docentes e discentes. Deve também repudiar veementemente todo tipo de incursão policial, incluindo as que querem cercear a viabilização de sua atividade fim, o ensino, a pesquisa e a extensão, que passa pela leitura de textos publicados que são comercializados por preços impraticáveis para a maioria da comunidade acadêmica.

Assim, mais uma vez repudiamos o atentado à autonomia universitária consumado com a agressão que sofremos e exigimos das instâncias superiores da UFRJ as providencias cabíveis, quais e sejam:

- a garantia do acesso à leitura de textos publicados, seja por meio da ampliação do acervo de nossas bibliotecas, seja através de mecanismos que garantam à UFRJ meios de reprodução de textos que não infrinjam a referida lei, tal como fez a USP em resolução de 2005, na qual exerce sua autonomia e legisla em favor da comunidade acadêmica;

- a garantia de que a UFRJ não se curvará à invasão arbitrária de polícias estaduais, sob qualquer pretexto;

- a solicitação de todo o material didático apreendido irregularmente de nossos docentes, agora em poder da Polícia Civil do Rio de Janeiro;

- a solidariedade e a defesa do trabalhador Henrique Alves Papa que operava as fotocópias para a ESS

Rio de Janeiro, 16 de setembro de 2010

Congregação da ESS/UFRJ

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

CFESS MANIFESTA APOIO AO III PNDH


Nota pública sobre o III Programa Nacional de Direitos Humanos




O CFESS, entidade pública de caráter nacional que representa em todo o Brasil a categoria de Assistentes Sociais, atua em conjunto com 25 conselhos regionais na defesa dos direitos humanos, da seguridade social pública e das políticas sociais, considerando seu compromisso com a construção de uma agenda política emancipatória, vem a publico, manifestar apoio, ao III Programa Nacional de Direitos Humanos.

Persiste na sociedade brasileira a violação cotidiana dos direitos humanos. Violação que se materializa nas ruas das grandes e pequenas cidades e no campo e vem sendo traduzida através da criminalização dos pobres e da pobreza, da criminalização dos movimentos sociais e da violência indiscriminada que sofre a população brasileira. Homens e mulheres são usurpados de seus direitos mais elementares, condenados sumariamente e submetidos a diferentes formas de dominação, exploração e opressão que são reveladoras da barbárie da sociabilidade capitalista.

O III Programa Nacional de Direitos Humanos apresenta questões fundamentais que historicamente têm mobilizado diferentes sujeitos coletivos que atuam na luta política em defesa dos direitos humanos e neste sentido traz para o cenário contemporâneo do debate questões como:

· a garantia dos direitos das mulheres para o estabelecimento das condições necessárias para sua plena cidadania. Disposto na diretriz 9 do combate as desigualdades, aponta como ação programática apoiar a aprovação do projeto lei que descriminaliza o aborto, considerando a autonomia das mulheres sobre seu corpo e recomenda ao poder legislativo a adequação do código penal para a descriminalização do aborto.

· A necessidade da revisão da lei da anistia com ênfase na preservação da memória histórica e a construção pública da verdade sobre os fatos passados no período da ditadura militar (1964 -1985). Entendemos ser impossível falar em construção democrática de um País sem conhecimento e preservação da memória histórica, notadamente de acontecimentos que por terem rompido com valores democráticos e humanos não podem e não devem ser reproduzidos pelas novas gerações.

· A democratização da propriedade e a criação de uma espécie de câmara de conciliação para conflitos agrários antes que sejam conseguidas na Justiça liminares de reintegração de posse.

· Respeito à diversidade religiosa e de crença, liberdade de culto e garantia da laicidade do Estado

· A valorização da diversidade humana com o reconhecimento da livre orientação sexual, pautando união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Todas essas questões são absolutamente relevantes e exatamente por isso consideramos que há muito por avançar na luta pela efetivação dos direitos humanos no Brasil, para que as diretrizes propostas se materializem em políticas de Estado e se tornem concretas no cotidiano de homens e mulheres.

Entendemos que o posicionamento do governo em recuar de questões pautadas e debatidas histórica e incansavelmente em espaços democráticos, previstos inclusive no PNDH, como conselhos e conferências, nos coloca em sinal de alerta, pois contrariando lutas históricas dos movimentos sociais e diferentes instituições e sujeitos coletivos, vê-se forças conservadoras pautando as ações do Estado. Isto representa um retrocesso para a democracia e para o sistema de construção participativa, colocando em risco a viabilidade do programa, para atender interesses econômicos, políticos e culturais das forças conservadoras atuantes no âmbito das igrejas, da corporação militar e do agronegócio.

Neste sentido repudiamos qualquer tentativa ou proposta de alteração no PNDH, o que significaria recuar na elaboração de políticas de Estado absolutamente necessárias para assegurar os direitos humanos no Brasil.

Estamos em alerta e na luta cotidiana com atitude critica para cada vez mais tornar visível as ações políticas e as reivindicações dos sujeitos políticos na luta por respostas concretas do Estado para assegurar os direitos humanos. Como já afirmamos no CFESS Manifesta “Direitos Humanos: para refletir e lutar todos os dias!” datado de 15/12/2008, o tempo presente é também tempo de tecer a resistência e fazer valer as iniciativas coletivas de luta.

Fonte: http://www.cfess.org.br/noticias_res.php?id=360


RUPTURA



Gestão 2009/2010"Organizar para lutar"

"Quem não se movimenta não sente os grilhões que o prendem"
Rosa Luxemburgo

Contato: cadeservicosocialufal@gmail.com

GESTÃO 2009/2010 RUPTURA: Organizar para lutar...